É claro que eu quero o clarão da lua
É claro que eu quero o blanco no preto
Preciso, precisamos, da verdade, nua e crua
E não vou remendar vosso soneto
(Batuco um canto concreto
Pra balançar o coreto.)
Por enquanto, o nosso canto é entre quatro paredes
Como se fosse pecado, como se fosse mortal
Segredo humano, pro fundo das redes
Tecendo a hora em que a aurora for geral
Por enquanto, estou cricificando e varado
Pela lança, que não cansa de ferir...
Mas, neste bar do Oeste-Nodeste-Sul, falo cifrado:
- Hello, bandidos! Bang! É hora de fugir
Mas, quando o canto for tão natural como o ato de amar
Como andar, respirar, dar a vez à voz dos sentidos
Virgem Maria-dama do meu cabaré, quero gozar
Toda noite sobre tus pechos dormidos
Romã, romã quem dançar, quem deixar a mocidade
Louca
Mas daquela loucura que aventura a estrada
E a estrela da manhã e aquela felicidade, arma quente
Quem haverá que aguente
Tanta mudez sem perder a saúde?
(A palavra era um dom
Era bom, era conosco, era uma vez...)
Felicidade, arma quente
Com coisa quente é que eu brinco
Take it easy, my brother Charles, Anjo 45!
Tá qualquer coisa, meu irmão
Mas use o berro e o coração
Que a vida vem no fim mês