[Refrão: Ellen Andrade (x4)]
Eles tentaram me calar mas agora é minha vez
[Verso 1: Baco]
Tentaram me calar, noite e dia, dia e noite
Mas afro-descendentes não apanham mais de acoite
Capitão do mato moderno, servido no prato
Essa é a reviravolta do ex lado mais fraco
Poder? Dinheiro? Não.. rico em cultura
Com o que aprendi na rua lagrimas viram literatura
Podem me baleare me jogar na vala
Mas meus ideias são aprova de bala
Não sabem da onde venho, critica meu desempenho
Governo agora é escravo e eu sou senhor de engenho
Toma chicotada de rima, e vê se é divertido
Não é tão engraçado quando o papel é invertido!
Atiro no escuro e mira no certo
O verdadeiro escravo é o falso liberto
Queriam me calar, enquanto açoitado
Só que não baixei cabeça pra me fazer de coitado
Se cê acha que pode tirar minha lucidez
Já fui desacorrentado, um recado pra vocês
Pra quem ainda nao conhece, prazer, 163
Censurados, mas... agora é nossa vez
[Refrão: Ellen Andrade (x2)]
Eles tentaram me calar mas agora é minha vez
[Verso 2: Karim]
Se reconhece um leão pelas presas, vê ai as minhas
Cês vão nos reconhecer pelo que lançamo nas linhas
Irmandade 163 pela eternidade
Nosso som se propaga na mesma freqüência que cresce a miséria nessa cidade
To pela paz, como um bon vivant faz
Sem tirar o de ninguém, porém perspicaz
Destinguindo originais, julgam menos, sabem mais
É lei, o que sei tirei do que vivenciei, mas...
Deixei o falador pra trás
Conspira respira e transpira mentira, traira se satisfaz
Alem do mais, quer mais te ver fudido na lama
A luta pela sobrevivência é chei de trama
Sente o drama quando a responsa te chama
Detém a palavra, a mente destrava
Se pá de quebrada se alguém te difama
Cabeça erguida e jamais submisso
Fazendo do certo pelo certo um oficio, mano
Mais um poeta, com metas incertas
Mais uma mente inquieta, frente a barreiras concretas
Daquelas que retira inspiração do sofrimento
Vejo mordaças sendo impostas e postas a todo momento
Mestiço no pais da impunidade
Onde impera o preconceito e manipulam a realidade
Batalhando por direitos iguais
Oprimido, reprimido e condenado por seus ideais
[Refrão: Ellen Andrade (x2)]
Eles tentaram me calar mas agora é minha vez
[Verso 3: Chehade]
Fruto de revolta, visto como vagabundo
Se quer minha essência te apresento é o mundo
Poeta da nova era, te mostrando quem eu sou
Depois de ficar calado o silêncio acabou
Quando olho no espelho vejo um povo desnutrido
Educação controlada para não correr perigo
Quando vou no restaurante, não pode entrar medigo
Mas ladrão no senado é que devia ser proibido
Divulgando e propagando, um desejo de mudança
Ta apresento 163 povo com sede de mudança
Mitologia do asfalto, os fatos não vou negar
Uma vez só calado, calado não vou ficar
Revolução escrita, como poesia maldita
Matador de sultão direto da Arábia Saudita
Tentaram me calar mas precisam de reforços
[Refrão: Ellen Andrade (x2)]
Eles tentaram me calar mas agora é minha vez
[Verso 4: ALZ]
Escrevendo em papeis pronto pra a revolução
A La tatin, hash de dez afro wiz kalifação
Crente, demente, decente, ciente do objetivo
Pra cura eminente, ente, sente é cansativo
Mas é isso, se foi designado o compromisso
Em sua meta, jamais abalado, submisso
O feitiço, tipo uma marionete acorrentada
Se mantém manipulado, com a boca fechada
Porra! Chega de omissão
Chega de burlar a liberdade de expressão
Cão, nunca fui pra me botarem coleira
Também não sou ladrão pra cê esconder sua carteira
Vanguarda sem arma se impõe a se patriota
Na terra que voa canarinho o bem vestido é agiota
Rabiscando profecias, contradizendo a lei
O bom discípulo sempre irá superar o seu sensei
Sempre na atividade, pela fertilidade
Da arte, que hoje quase não brota na mente da sociedade
Periculosidade de um poeta de rua, mão
Com a finalidade da prosperidade
Engajada na verdade. E como diz o ditado:
Eles tentaram me calar, e agora vão ficar calados