[Verso I]
Vi que o vento soprava a favor do labor
Me dispus e pus luz no dissabor
Me joguei pra frente, frente a amarra escrava
Grilhões emudece canções, ei chorões quero rima brava
Que agrava e crava princípios de afirmação
Moreno não, morena não, negona e negão!
Pega a visão, primeira lição, se somos iguais, mais respeito a diferença
Ao Black, ao dread, ao rap, a crença
Ninguém foi Pedrinho, Gardenal muito menos negro Blul
E agora cês são Maju? Vão tomar no cu!
Quem que se compadeceu com os doze no Cabula?
Onde o Dr. Prescreveu eutanásia vide bula
O Brasil anula e derruba quem ergueu seus pilares
Homenageia Ruy Barbosa e ignora o Rei de Palmares
E ainda invade lares com a mídia burguesa
Que destrói os nossos e impões padrões de beleza
[REFRÃO]
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[Verso II]
Vixe, só os de perfil azeviche
Que dizem “never die kings, made in trapiche”
Mais que hits e clicks, tô pontuando intelecto
Que em comum é incomum ao racista e seu aspecto
Isabel? Não! A preferência é Nzinga
Que dá nome a minha filha pra já crescer com a mandinga
E ginga, pra se esquivar do insulto racial
E rebater sem bater com raíz e referencial
Nós temos orgulho do que somos
Diferente dos senhores, feitores nós nunca fomos
Avisa pra essa paty que gueto não a comporta
E essa gíria e aba reta é uma merda ninguém não suporta
Aborta, corta quem se reporta com pormenor
E ó menor, ao menos ó, foca em cada em cada vez ser maior
Ó, duas vezes melhor
Pra dar o troco em dobro, quebrar o decoro e só
[REFRÃO]
Substância Nagô (4x)