[Verso 1: Uthopia]
Noites macabras acabadas em pa**es de abracadabra
Bustos de cabra, causam sustos
Como rajadas, que zarpam de arbustos
Custos de mentes sobrecarregadas
Regada à flashbacks, eu não saro
Reclamo do maldito ano
Que trouxe a peste
Motivo de tudo ir pelo cano
Mais pra baixo que o pré-sal
Mais puto que o Hulk, num é mole
Inbuído em mal, mente em bug
Eu tinha que fingir controle
Por dentro morto e sem acento
Por fora, sem placebo e duro
A vida veio me colher cedo
Mas eu não tava maduro
Franzino e intransigente, a mente? Um ancoradouro obscuro
E de repente encalham ideais de um louco sem rumo
A maresia consigo traz
Paranóias de dias atrás
E o rapaz de águas calmas
Revela traumas que só a culpa faz
Desaguam mágoas no meu litoral
Traga a tréga e uma régua
Pra medir esse inferno astral
Mas nada comporta os litros que chorei
Náufrago em toneladas
Um triz contra a sanidade pode ser a gota d'água
Insegurança à mim mais presa que um cinto de segurança
A Causa de acidentes, foram crimes que não dei importância
[Verso 2: Uthopia]
A gente cresce e floresce uma ância, tempos de criança criaram cruéis cicatrizes às entranhas
Ideias estranhas, selaram meu corpo nessa barganha
O que me banha, te ganha e engana, o mundo é uma cigana
Se porem poréns entre nossos bens, não deixe, pois um
Feixe de persistência é o que "nóiz" tem, o escambo pro peixe
Pra solucionar enigmas subliminares, e suas liminares
Curar estigmas em esquinas e bares, recantos e lares
Erradicar paradigmas impunes que punem impares e pares
Para que não digas que repugna, mas que também não fazes
Goles de velho barrero fizeram
Homens de idade avançada, irem
Ao barro por erros, do começo ao zero
Quantos elos e zelos tu perdeu até agora?
Remorso preenche corpos e histórias, Atazagora
E se fundo for teu poço, o meu é em agosto e o gosto pa**a
Minha mãe levou uma era, mas erra
O poço sempre que perto pa**a
Depressão é a minha sombra, e só quem pa**a entende
Desejo nem pro inimigo, porque
Um pingo muda o que a gente sente
[Ponte]
E busca é por desintegrar-se, recorrer à subterfúgios
Refúgios em tempos de desordem, e a órbita insurge seus cursos
[Verso 3: Uthopia]
Não posso levar o mundo nas costas feito Atlas
Se não - entro em pane
Só sou huno feito Átilla e uno só não faz enxame
E eu só fazia vexame
Precisava ver gente nova
Pra me renovar urgentemente
Porque as velhas não vi novamente
A mãe na cama e o pai em coma
Deus nunca foi onipotente
Novo dia, águas sagradas no rosto
Absorvendo pelos poros o ódio que paira ao vento
Uma vadia fuma um careta no posto
E um cachaceiro engolindo mágoas
Antídoto pro veneno
Escritos me brindam ao sereno
O motor ruge
Se sente a dor naquele olhar
Um grito ecoa da expressão de um rosto sólido
De óbito, que não se opta
Lágrimas secaram
Assédio me faz imune
Os prédios lotam de impunes
Édipo é o que me une
Ao achar que fiz que podia
Essa culpa que nos colocamos
Não se a**ume!
[Refrão: Uthopia]
O mundo inteiro entra em análise
São lentas as fases e fases, sabe
Muito à ver têm me deixado com a mente em grades
E eu deixo o tempo se esquecer do meu tempo
Mas ai dele que se atrase!
Aos Montes os capazes se evadem da luta
A culpa é o cão, faça que ela se permuta
Remorso é a enfermidade que mais me preocupa
[Skit: Thoruz]
As vezes...sei lá, as vezes eu tô triste, bem tristão mesmo, com algumas coisas que acontecem, tanto o que se vê na TV, o que acontece aqui em casa, ou pensando no futuro, no pa**ado. Algo que me deixa triste, eu tento me distrair da melhor forma, aí eu faço os beat e sai geralmente alguma coisa maneira ou então um beat que eu já fiz e eu tenho uma ideia melhor, aí eu melhoro, tá ligado? E escrever, cara - eu não fui no psicólogo ainda não, mas, a escrita, escrever as músicas tá sendo meu psicólogo, tá ligado? Tô desabafando, mano, tô pondo tudo na música. Alguma coisa que me encomoda, vou, escrevo, e depois transcrevo em uma linha, é foda, mano, é foda. Mas, foi isso que eu falei, toda dificuldade rende bons frutos no futuro, a**im espero