Enquanto, perverso, rias
Tu fizeste o que podias
Para eu deixar de te amar;
Tornaste as noites vazias
E, não fosse eu querer esperar
Anoiteceste os meus dias
Inventaste mil pecados
Que eu não tinha cometido
Mil mentiras sem sentido
Desmanchaste os meus bordados
E retalhaste o vestido
Com que eu me tinha casado
Como bem sabes agora
E hás-de sentir vida fora
Tanto mal era escusado
Se te querias ir embora
Não ganhaste com a demora
Senão partires mais culpado
Não nego que em doeu
Mas juro que até à data
A dor de nada valeu
O amor não se desata
E a tua paixão morreu
Mas a minha não se mata