Com mãos se faz a paz se faz a guerra
Com mãos tudo se faz e se desfaz
Com mãos se faz o poema - e são de terra
Com mãos se faz a guerra - e são a paz
Com mãos se rasga o mar. Com mãos se lavra
Não são de pedras estas casas, mas
De mãos. E estão no fruto e na palavra
As mãos que são o canto e são as armas
E cravam-se no tempo como farpas
As mãos que vês nas coisas transformadas
Folhas que vão no vento: verdes harpas
De mãos é cada flor, cada cidade
Ninguém pode vencer estas espadas:
Nas tuas mãos começa a liberdade