[Refrão: Drik Barbosa]
Eu vi o sol nasce, e corri pra vê
E senti a brisa me tocar
Depois que amanhecer, eu vou tirar um lazer
E hoje eu não vou trampar
Eu vim pra te dizer que a vida que
Eu queria eu vou buscar
E o tempo irá dizer, e você vai ver
Que nada vai me segurar?
[Verso 2: ORIgame]
São 8 horas e eu tô esmagado, igual sardinha no metro lotado
Eu vejo iPhones tão conectados, eu vejo ternos tão amarrotados
Olho o relógio fico preocupado, mesmo com ele sempre adiantado
Sai mais cedo, cheguei atrasado, mais o que é um peido pra quem tá cagado?
A vida pa**a, o tempo pa**a também, a vida acaba o tempo acaba também
Nada é de graça, se conteúdo contem, então não embaça corre atrás se convém
Metro abafado, a cidade é fria, vagão lotado, com a barriga vazia
Patrão folgado, só quer dinheiro, vadia tomando enquadro, em mim procuram, abadia
Mais tá firmão, tudo bem, nega é nóiz que tá, me sobra até uns trocadin pá pode compra
Uma aliança fim do mês nega eu vo te da, depois vo vê uma barraquin que é pá nóiz mora
Pede pra Deus, nosso pai e pros orixás, nos da saúde, no caminho que nóiz vai trilha
Pra cada dia da minha luta levo o patua, e peço a benção pra disputa que vo enfrenta
Reza por mim que eu vo pro eu trampo, mamãe, eu sigo o exemplo, meu espelho, papai
Antes de festa com mulher e champanhe, vem minha família e disciplina, banzai
Retrato a vida em minha rima, Chopin, não é Tokugawa e luto igual samurai
Visto a camisa a calça e o Force One, que deus proteja, a fé me alcançai
[Refrão]
[Verso 2: Marcello gugu]
Somos humilde amianto contra mármore orgulho
Num lugar onde o céu é cinza o sol nasce em luz de mercúrio
O som do barulho é a voz da cidade
Capaz de fazer cópias terem sabor de novidade
Aqui escrevo minha história, nanquim e papel pardo
Onde manchas de suor são as marcas do meu fardo
Noites em claro, nenhuma em vão
Pois aprendi que estrelas só brilham por causa da escuridão
Calei a solidão com beijos de poesia
Feitas de amor platônicos, pregos e valentia
Vi escravos do capital, valores em alumínio
Esperança em forma de flor, brotar em campos de extermínio
Nossa fé é luz pra um momento difícil
Por isso nossos sorrisos são fogos de artifício
Bem, ossos do ofício, maratona pela cédula
Um dia a gente aprende a transformar o suor em pérola!
[Refrão]
[Verso 3: ORIgame]
Deus fez os forte, pra os fracos possam superar
Deus fez a morte, pra que os atos possam preocupar
O homem o calore, o tabaco, e bens pra ostentar
E o transporte pra que escravos possam trabaia
Mete o pinote, do buraco, e bora planejar
Que o santo é forte, espírito opaco ele vai alerta
Então molecote eu não emba**o a meta e prospera
Não no holofote mais no palco e revoluciona
[Verso 4: Marcello Gugu]
Somos fascinação, vislumbre entre luzes
Encantos da vida e carregadores de cruzes
Temos o sonho morando na sombra do trabalho
E uma vida onde pagamos em diamente e recebemos em cascalho
Entre delícias e temperos, salmora e vinagre
Aprendemos a fazer do nosso coração a morada do milagre
Desconhecemos a derrota e que nosso sonho voe
Preces a Orunmilá e que Deus abençoe!