[Verso 1]
Viagens de Valença a Loulé de Sagres a Bragança
Falo-te de esperança, de fé, de perseverança
Paciência e teimosia que me caracteriza
Vivência com cortes que só o tempo cicatriza
Milhares de horas pa**adas a estudar a ciência
Obstinado, em desespero quase demência
No limiar da sanidade tinha 6 cêntimos no bolso
É verdade, consegui escalar, sair do fosso
Vi baratas na cozinha, ouvi ratos no soalho
Imagens que me obrigam a focar no trabalho
Vida sai-me pela boca, relato factos reais
São feridas abertas pelos meus próprios punhais
Tenho Pais fenomenais, verto lágrimas de gratidão
Homem em Missão, espiritual revolução
Sou um poeta do povo como o Samuel Mira
Brindo com cálice de néctar das vinhas da ira
[Refrão x2]
Exponho-me em demasia, verto vida em poesia
Escrevo, recito, é a minha terapia
A Lua é companhia até receber o dia
A Luta continua a fé é pura magia
[Verso 2]
Vida na estrada à cigano, nómada contemporâneo
A1 de norte a sul na carrinha todo o ano
Tantas histórias, crónicas dum bom malandro
Disparos de salvas para o ar com a glock do Sandro
Mato com versos, balas saem do microfone
Verdade de La Palice, condição sinequanone
Ao ser, e eu sou, muralha Fernandina
Até finar enrolado na mortalha divina
Até lá, sou Sal da Terra, sou Paz e Guerra
Pelo ideal de justiça que em mim impera
Há tanto lixo, tanto ruído, tanta merda, pés no lodo
Isto é um nicho, um ninho de fraude, má-fé e dolo
Venho varrer a feira, por os pontos nos i's
Tou farto destes meninos a brincar aos MC´s
Os meus melhores amigos são os teus maiores ídolos
Mostra respeito infinito pelos magníficos
[Refrão x2]
Exponho-me em demasia, verto vida em poesia
Escrevo, recito, é a minha terapia
A Lua é companhia até receber o dia
A Luta continua a fé é pura magia
[Verso 3]
Esquece a fama, o ego, o umbigo
Estou a educar crianças indigo
Contigo amigo no meio do perigo
Estou a ensinar a gritar eu consigo
Eu consigo, digno prossigo
Persigo sempre o objectivo
Guerreiro antigo, mesmo ferido
Não me dou por vencido, em frente eu sigo
Vida espremida em versos
Eu confesso desde do expresso
Não, não cesso, eu ofereço
Livre acesso sim pago o preço
Que for preciso mesmo que isso
Implique expor o meu, intimo
Límpido, transparente corrente contínua, dínamo
Dispo-me nas rimas, vês as entranhas
Vísceras, sem máscaras
Poesias estranhas a polir
Míseras arestas ásperas
Sobes, és logo puxado pra baixo
Vozes opinam,de todos os lados
Ousam calçar os meu sapatos
Tantos gajos querem dar os meus pa**os
Devias ser a**im, devias ser a**ado
Devias ser cozido, devias ser guisado
Rumo ao apogeu, só posso ser eu
Sigo em frente, já lá vai o pa**ado
Um brinde a quem já lutou e venceu
Saúde a quem já caiu e se ergeu
Todo aquele que iluminou o breu
E voou livre em direcção ao céu
[Refrão x2]
Exponho-me em demasia, verto vida em poesia
Escrevo, recito, é a minha terapia
A Lua é companhia até receber o dia
A Luta continua a fé é pura magia