PRIMEIRA ESTÂNCIA Este é o triste panorama que acinzenta o meu mundo Composto pelo programa na qual o drama é profundo Eu paraliso e an*liso o meu diário E em seguida sintetizo que sou um urbano solitário “Arrependido†por estar incluso num cenário Que me mantém recluso deste sistema precário Onde o rap personificou-se e tornou-se empresário Mas nele eu sou um operário que não pretende salário E como um mercenário eu procuro uma luz no infinito Enquanto eu caminho sozinho neste mundo interdito Em que apesar de estar perito em grau de prontidão Me sinto como um rosto perdido entre a multidão Mas no silêncio a solidão faz-me desaparecer Na perspectiva de eu me reencarnar como um novo ser Na qual a voz do saber me grita bem lá no fundo Que eu não devia ter aberto esta porta do mundo SEGUNDA ESTÂNCIA No mundo eu escorrego na vida e bato com a cara no chão Mas depois levanto e caminho com maior precaução Neste percurso em curso onde o senso vagueia Com os bolsos vazios e uma mente tão cheia Na esquina da vida eu me encontrei com a tristeza E ela queria roubar-me a força que me agasalha Só que não sabia do meu arsenal de firmeza Que não se abate por ser tão forte como uma muralha Aqui eu amo todo mundo mas não sei quem me ama Porque eu não vejo a cor azul dentro do meu panorama Que causa-me um trauma que surge com grande revolta Enquanto observo esse triste mundo que gira a minha volta Na qual o meu estômago solta tudo o que me consome Permanecendo em continência mesmo estando com fome Porque a vida é um restaurante sem abundante suporte Que tem como prato principal a feijoada da morte TERCEIRA ESTÂNCIA Camuflado no submundo, eu me encontro sentado Numa postura própria a escrever versos ensanguentados Na qual os braços desacorrentados me dão o calibre P´ra caminhar até aquela luz de uma forma tão livre Porque dentro deste túnel há diversos caminhos Cujos seus interiores estão cobertos de espinhos E eu preciso de uma luz que me conduz ao meu sonho Porque eu estou de costas viradas p´ra este mundo medonho Na qual eu me descomponho de uma forma profunda Sempre que eu paro encaro este mundo que me circunda Onde o minha alma morre com o sol e renasce com a lua No corpo de um poeta que vive no silencio da rua E eu com esta sensação, me sinto um extraterrestre Desencaminhado neste planeta que não me reveste Por isso que eu me isolo do solo p´ra o sub-mundo A busca de consolo p´ra um auto-controlo profundo CORO: Este é o triste panorama que acinzenta o meu mundo Composto por um programa na qual o drama é profundo Este é o triste panorama que acinzenta o meu mundo Que proporciona-me um trauma mental a cada segundo