PRIMEIRA ESTÂNCIA Hoje acordei, olhei no espelho e vi um rosto imperfeito Insatisfeito por ser suspeito dum crime não feito Revoltado com a vida e com cada falso conceito Que a sociedade padroniza num esquema perfeito “E eu me sinto desfeito†com o preceito de ânsia Por descobrir que somos rotulados desde infância Controlados e robotizados sem que saibamos Por uma sociedade secreta que usa os humanos E ela... desenvolveu padrões como ladrões Que roubam a liberdade das nossas imaginações Como as verdades subtraÃdas pelos livros de histórias Que hoje permanecem fixas nas memórias simplórias Como a dos alunos que viam-se bem destacados Mas não sabiam que estavam na lista dos formatados Porque comiam todo o lixo cru que lhes era dado P´ra no fim do semestre não serem os sacrificados Eu… Desde os meus seis anos não compreendo Porque é que fui obrigado a estudar mesmo não querendo Enquanto eu quis ser posicionado como um pescador A vida meteu-me na sala de aulas com um professor A aprender tudo o que ela queria que eu aprendesse Mas hoje paro e reparo, que não foi o meu interesse Ser obrigado a estar sentado a decorar a matéria P´ra no futuro conseguir bater de frente a miséria SEGUNDA ESTÂNCIA Quando eu sonho acordado sinto-me quase eterno Com a impressão de ter visto o paraÃso no inferno Inferno esse no qual o sofrimento me enterra Quando eu desperto que estou incluso no planeta guerra E sobre isso a vida me ferra de todos lados Enquanto eu vou fugindo da teia dos iluminados Que criaram a religião p´ra dominarem os incrédulos Quando não mais era possÃvel mediante os exércitos A vida meteu-nos num mundo sem qualquer sufrágio Na qual somos levados como um destroço de naufrágio Onde somos ridicularizados sem relevância Por sermos as vÃtimas nÃtidas da ignorância Somos embebedados com lÃquidos informativos Vindo dos meios de comunicação social intensivos Onde somos distraÃdos com as informações Que transformam-nos em filhos do alheio sem direcções Nos sujeitamos a um senhor chamado dinheiro Que tira-nos o poder de alcançar o amor verdadeiro Onde os seres mais atentos realmente são poucos Tal como os homens que como eu são chamados de loucos E os polÃticos nos prendem nesta vida de merda Na qual somos esbofeteados pela mão da pobreza Onde a máquina do tempo faz-me recordar os tempos Em que a paz de espÃrito governava sem contratempos