[Refrão x2] Fogo Solto raiva acumulada no meu âmago Fogo Cuspo labaredas do fundo do estômago Fogo Das cinzas nascem asas, voo Fogo, fogo, fogo [Verso 1] Eles tentam derrubar-te, estatelar-te no tapete Impedir-te de ascender e escalar a parede Amordaçam-te, agrilhoam-te, vendem-te a ilusão Minam-te a vontade, só resta resignação Dum horizonte limitado simulado num chroma key A fonte tem secado, o sonho já não mora aqui É o elefante preso à estaca com a fina corda Trago o estalo à padrasto na cara que te acorda Para a realidade, verdade inconveniente É pólvora, em cada palavra que ferve na mente Maçarico aceso sente o cheiro a enxofre O semblante é intenso, porque este povo sofre Sem ponto de fuga, a poesia é profunda A mentira é imunda, arranca a sanguessuga O sopro vem do coração, alimenta as brasas Sai da escuridão da gruta e abre bem as asas [Refrão x2] Fogo Solto raiva acumulada no meu âmago Fogo Cuspo labaredas do fundo do estômago Fogo Das cinzas nascem asas, voo Fogo, fogo, fogo [Verso 2] A paciência esgota corta a mão que furta Dinamite detona porque o pavio encurta A justiça não é cega o povo já fumega Combustível aspergido, sistema de rega Voam faúlhas, faíscas, raios e coriscos Soa o amolador é tempo de chuviscos Canivetes que cuspiste voltam em queda livre Efeito boomerang o karma é detective Vive, porque esta geração só sobrevive O apetite é voraz, estou no limite Corrosivo no discurso solto aguarrás Às vezes é preciso guerra para viver em paz A hipocrisia não me apraz, honra não tem preço Tropeço, ergo-me das cinzas, recomeço É a vontade indómita, de forma sónica Em mim transporto energia duma bomba atómica [Refrão] Fogo Solto raiva acumulada no meu âmago Fogo Cuspo labaredas do fundo do estômago Fogo Das cinzas nascem asas, voo Fogo, fogo, fogo